quinta-feira, 18 de setembro de 2014

Dos que foram para outro lugar

Começo a a achar infantil a publicação dos meus textos no blog. Não os quero a mostra instantaneamente. Quero refletir sobre o que sinto e penso. Esperar que o tempo me dê a leitura poética e me afaste da memória aflitiva que me moveu a escrever.

A necessidade de me expressar de alguma forma.

A arte sempre foi minha cúmplice.

Escrever foi o caminho mais acessível.

Caneta ou lápis ou canetinha ou qualquer outra coisa que me permita pôr em prática a escrita, e algo para ser riscado, qualquer "papel" (já usei parede, janela, e móveis para riscar)!

Me passou um pensamento: "e se eu não soubesse escrever? Como isso se externizaria de mim?" Perguntas retóricas. Vira e mexe tenho elas.

"Abandonei" meu blog, mas não parei de escrever. Porém, como disse anteriormente, escrevo em qualquer lugar e acabo perdendo esses estritos entre a desordem das minhas coisas guardadas/espalhadas. Foram muitas mudanças também (de casa), caixas para cá, caixas para lá e coisas que ficaram em (foram para) outro lugar.

Essa é minha satisfação de minha ausência aqui.

sábado, 4 de fevereiro de 2012

O que é o que é?

É um jogo, geralmente, usado como passatempo. Onde o raciocínio
é mais importante do que a agilidade ou força física.
(Está disposto a começar?)
Se o ambiente for para este fim, o jogador que se atrever
poderá deixar o brinquedo incompleto até que retome seu interesse para voltar a
encaixar as peças.
O resultado final, na maioria das vezes, está disponível na
tampa da caixa, o que eliminará as surpresas.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

MARIA

Ontem e Hoje

(Hoje)
Conta uma hora da manhã. Maria está sentada na privada do banheiro de sua casa. Pensativa enquanto faz suas necessidades fisiológicas, ela se lembra do que fizera nesse mesmo horário, na madrugada anterior.

(Ontem)
Uma rua do centro da cidade, movimentada por pessoas que freqüentam um bar com uma roda de samba. Muitos jovens, universitários, encontram ali um ponto de diversão naquela pacata cidade. Maria está agora no meio da multidão aos beijos com Joana.

Ela aperta a descarga, olha para o piso e não se reconhece naquele emaranhado de azulejos estampados. Fica perdida nas idéias, sente uma leve dor de cabeça... é a ressaca da noite anterior.

Os amigos oferecem bebida e ela diz que não pode, por estar dirigindo.

Lava as mãos, joga um pouco de água no rosto, ajeita a sobrancelha e tenta se reconhecer no espelho. Maria encontra-se entediada, mas ela não sabe. Não se conhece muito bem. Sente umas agonias vez ou outra, mas não sabe verbalizar suas razões.

Todos tomam um rumo e Maria e Joana terminam juntas num quarto do centro da cidade. Elas acabaram de abrir mais uma garrafa de vinho. Um papo bem furado, um sexo bem miado. Elas mal se conheceram e partiram pro finalmente.

Ela percebe que não tem toalha de rosto no banheiro. Então estende a mão até o suporte de papel higiênico, retira uma tira e, dessa forma, seca seu rosto.

Elas ascendem um cigarro. Joana é estudante de direito e fala do seu estágio no tribunal de contas. Maria viaja no mundo da lua, vive num castelo que construiu, é bailarina e também gosta de cantar, ela fantasia sua dura realidade, de artista desempregada, entre outros dramas cotidianos, mas se conforta, mesmo que inconsciente, porque sabe que ainda pode contar com a ajuda de sua avó.

Tira os pedacinhos de papel higiênicos que ficaram em seu rosto, joga no lixo e sai do banheiro.

O telefone de Joana toca. É uma amiga, dizendo que ela havia esquecido suas chaves de casa no carro dela.

Maria entra em seu quarto, deita na cama e liga a TV. Mas seus pensamentos divagam, com tamanha desordem que a programação da TV não a distrai.

--- Preciso ir embora.

Diz Joana.

--- Por quê?

--- Vou encontrar com minha amiga. Preciso pegar minhas chaves com ela.

--- Mas tem que ser agora?

--- Sim! Vamos?!

Um livro de história da humanidade está jogado no chão de seu quarto, ela leu o capítulo da primeira guerra mundial na semana passada. As barbáries voltaram a impressioná-la e ela decidiu fechar o livro por algum tempo. Já não há o que fazer. Seu corpo está cansado, mas sua mente não para de funcionar. Ela pensa nos excessos da noite anterior, mas pensa que só uma noite como aquelas pra recuperá-la da ressaca moral que sente nesse momento.

--- Eu te levo.

Diz Maria.

--- Relaxa, eu posso pegar um taxi.

--- Imagina. Você veio comigo e vai voltar comigo.

Ela sente uma enorme vontade de ligar pra Joana, mas sabe da tremenda humilhação que seria essa situação.

--- Eu não quero! Não precisa.

Grita Joana com certo controle de sua voz.

A jovem bailarina decide assistir a um DVD de sua coleção. Persona do Bergman é seu alvo, despretensiosamente. Ela dorme, antes mesmo que o filme chegue ao fim.

Maria dá um tapa na cara de Joana e ri. É brincadeira. Diz a moça. Joana então a persegue pelo quarto, Maria foge e em tom de brincadeira as duas alimentam a perseguição. Joana então consegue agarrar Maria e lhe mete um forte tapa na cara que a deixa com o ouvido zunindo.

--- Ela não é só minha amiga.

Diz Joana.

--- E qual o problema?

--- Ela é minha namorada.

--- Ainda não sei qual é o problema.

--- Mas é uma vadia mesmo!

Maria acorda num susto, como quem acaba de sair de um pesadelo. Olha pro lado e vê Jorge. Seu marido, que roncava alto com babas que escorriam por sua boca aberta. Ela se levanta, calça os chinelos, ajeita a blusa de frio que usa pra dormir e vai até a cozinha. Acende as luzes, pega uma chaleira em baixo do armário, coloca água, acende o fogo e prepara a garrafa térmica para passar um café. Pega o jornal na porta, põe em cima da mesa e enquanto a água ferve lê as primeiras notícias do dia. E em sua dislexia, começa a viajar no sonho que acabara de viver.

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

CONFECÇÃO DE MÁSCARAS

No semestre passado eu participei de um grupo, na faculdade, que fez um trabalho sobre Commedia Dell’Arte. Nós pesquisamos meios de confeccionar as máscaras. O que não foi difícil, pois em São Paulo tem um número considerável de pessoas estudando as Artes Cênicas. E em uma zapiada entre uma página de Orkut e outra, vi umas fotos de uma apresentação que uns alunos da UNESP fizeram utilizando algumas dessas máscaras. Entrei em contato com eles e descolei passo a passo a receita e vou disponibilizá-la aqui, a fim de facilitar o acesso a essa informação para que novos estudantes que pesquisam o assunto possam desenvolver um novo trabalho cada vez mais criativo e também dividam conosco seus resultados.

1º PASSO – TIRAR MOLDE DO ROSTO DA PESSOA QUE IRÁ USAR A MÁSCARA

Material utilizado:

- Atadura gessada;

- Água;

- Vaselina Sólida;

A atadura gessada é um material usado em hospitais para engessar partes do corpo, vem num pacote parecido com de ataduras convencionais. Para comprar, é comum encontrar em farmácias.

Abra o rolo e corte a atadura em tiras e depois corte as tiras ao meio, para facilitar o manuseio e contorno no rosto. Após cortar, utilize uma vasilha com água. É importante observar: não molhe todos os pedaços de vez, pois o gesso fica duro rapidamente, então o processo se dá de cada tirinha por vez. Antes de começar a aplicar no rosto, passe vaselina sólida nas partes com pêlos, como sobrancelhas. Molhe (a atadura) e aplique na pele. Esfregue com a ponta do dedo o pedaço de atadura para espalhar o gesso até ficar razoavelmente uniforme, vá colocando as ataduras uma próxima a outra fazendo ligação entre elas para que a máscara fique firme. Depois de cobrir todo o rosto (menos os olhos, nariz e boca), aplique mais algumas camadas até que perceba que o molde tenha ficado firme (duro). Ela seca rapidamente, remova do rosto quando estiver segura, e coloque num local seguro para secar por um dia ou dois.

2º PASSO – FORTALECER O MOLDE COM GESSO

Material utilizado:

- Gesso em pó;

- Água;

O gesso em pó é encontrado em lojas de material de construção. No pacote de gesso tem as instruções das proporções de água para quantidade de gesso. Siga essas orientações e faça uma mistura em um recipiente. Aplique no molde por dentro e por fora, ele irá secar rapidamente. Esse passo é para fortalecer o molde para ser possível trabalhar com argila em cima dele depois.

3º PASSO – MODELAR OS TRAÇOS DA MÁSCARA COM ARGILA SOBRE O MOLDE

Material usado:

- Argila;

Se for do seu interesse, faça uma pesquisa sobre os personagens da Commedia Dell’Arte e se baseie nas imagens que encontrar para trabalhar a modelagem.

A argila pode ser encontrada em lojas de material de construção, seu custo é baixo, entretanto depois de aberta ela endurece com facilidade. O quarto passo deve ser feito logo em seguida, pois o molde de argila irá desgrudar do gesso quando endurecer.

4º PASSO – COLAGEM DE JORNAL

Materiais utilizados:

- Jornal;

- Papel sulfite;

- Cola branca;

- Água;

- Vaselina Sólida;

Corte o jornal e o papel sulfite em pequenos pedaços. Passe vaselina na argila para facilitar a retirada do jornal depois.

Aplique uma camada de jornal umedecido em água e cola e sobreponha com uma camada de papel sulfite. O papel sulfite não é extremamente necessário, mas ele ajuda a diferenciar as camadas, possibilitando a contagem delas. Cinco camadas já são suficientes. Espere secar e retire a máscara de papel do molde de gesso e argila.